- 7 de February de 2023
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6 passos para inovar em tempos de incerteza
Tempos de incerteza pedem ações estratégicas conservadoras e parecem nos impedir de inovar. A combinação de mudança de governo local com cenário mundial de inflação e ciclo de alta de juros faz com que haja menor disponibilidade de capital e apetite a risco. Por isso, não é incomum que orçamentos para inovação nas empresas, principalmente as industriais, sejam reduzidos até que os gestores tenham melhor visibilidade do cenário econômico.
São nestes mesmos tempos, entretanto, que novos players aparecem no mercado, apresentando novos produtos ou serviços que podem conquistar uma fatia do mercado que antes pertencia a uma determinada empresa. Ou, ainda, antigos competidores podem otimizar processos produtivos, tornando os produtos deles mais competitivos e colocando em risco a margem operacional dos antigos dominantes do mercado.
Como resolver este dilema, em que os recursos para inovação podem estar mais escassos e a necessidade de inovar é cada vez maior?
(Continue lendo este artigo para saber como sua empresa pode inovar em tempos de incerteza)
Você já deve ter escutado a frase: “São nas crises que aparecem as melhores oportunidades”. Talvez sejam nas crises que apareçam também excelentes ideias de inovação para seu negócio, seja em novas fontes de receita ou em otimização de processos e redução de custos.
É verdade que um bom processo de inovação precisa de muitas ideias. A questão é que apenas ideias não são suficientes para gerar valor para o negócio. Você precisa de um processo de redução sistemática de riscos para saber em quais ideias valem a pena investir.
No início do processo, boas e más ideias parecem exatamente iguais, sendo quase impossível diferenciá-las. Não é ideal investir muito em algumas ideias que parecem boas no início, pois nesta fase o nível de incerteza é alto e tudo são apenas hipóteses que precisam ser testadas e validadas. É simplesmente muito arriscado escolher a ideia vencedora.
Investir muito em poucas ideias no início é arriscar capital valiosíssimo e escasso. Veja, por exemplo, um levantamento realizado considerando o retorno sobre Venture Capital nos EUA de 2004 a 2013: o estudo mostrou que 6 em cada 10 investimentos perderam dinheiro e apenas 10% das ideias conseguem retornar mais de 5x o valor investido.
Uma melhor ideia é investir pouco em muitas ideias e avaliar sistematicamente quais ideias podem continuar sendo investidas nos estágios mais avançados. Talvez você precise testar e validar muitas ideias para chegar em uma que seja seu novo motor de crescimento.
Testar muitas opções e enfrentar períodos de incertezas ao mesmo tempo é bastante desafiador. Talvez algumas dicas podem contribuir para maior sucesso na gestão do portfólio de projetos de inovação, sobretudo em tempos em que os recursos são mais escassos.
- Meça o retorno sobre o portfólio, não sobre o projeto. Como é difícil saber no início qual ideia terá maior sucesso e você precisará de muitas ideias para ter bons projetos de inovação ao longo do tempo, o retorno do investimento deve ser medido sobre todo o portfólio. Medir o retorno sobre uma ideia específica pode ser frustrante e criar conceitos falsos de que o investimento não está valendo a pena, dificultando ainda mais a aprovação de recursos para inovação.
- Considere todas as áreas da empresa nos projetos de inovação. Bons projetos de inovação podem surgir de todas as áreas corporativas. Infelizmente, algumas empresas buscam realizar inovação apenas com o setor de P&D, o que pode levar a ciclos mais longos de desenvolvimento e limitar o potencial de geração de valor. A inovação pode ser incremental, disruptiva, pode ser para gerar novos fluxos de receita, aumentar a percepção de valor da sua marca ou otimizar algum processo. De qualquer forma, ela pode vir de qualquer área da empresa e trazer valor para o negócio.
- Busque fontes de recursos externas. Existem fomentos específicos para projetos de inovação no Brasil, alguns deles são amplos — como a lei do Bem —, enquanto outros são destinados a empresas de segmentos específicos — como a lei da informática ou a Rota 2030. Existem, ainda, possibilidades de financiamento incentivado para inovação, como algumas linhas do BNDES e, de forma bastante atuante, do FINEP. Alguns bancos regionais também possuem programas e recursos específicos para inovação – como a FAPESP e o Desenvolve SP. A ANPEI é a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras e atua fortemente junto à órgãos governamentais e empresas sobre fomentos para inovação. Conteúdos de grande valor podem ser acessados em https://anpei.org.br/conteudos/.
- Utilize ferramentas de prototipação rápida e low-code/no-code com processos de Design Thinking. É bastante comum times de inovação com viés mais tecnológico optarem por desenvolver soluções antes de validar o problema — se ele existe, seu tamanho e seu impacto no negócio. Isso pode gerar tempos maiores de ciclos de validação e até a inversão do ciclo, trazendo desenvolvimentos e custos desnecessários para a fase do projeto de inovação. A função do time de inovação é de reduzir sistematicamente as incertezas das ideias de inovação. Por isso, os times necessariamente devem ter conhecimento em Design Thinking e em ferramentas de prototipação rápida e low-code/no-code. Essas ferramentas permitem validar hipóteses de forma rápida e barata, deixando mais evidente a separação entre boas e más ideias.
- Conte com um parceiro que entende de negócio, de inovação e que descomplique a tecnologia. Fazer todos os projetos de inovação apenas com times internos aumenta a possibilidade de a equipe utilizar tempo e recursos em situações que já foram resolvidas por outras empresas — do mesmo segmento ou não. Poder contar com um parceiro que desenvolve tecnologia, compartilha riscos e traz aprendizados do mercado pode significar projetos mais enxutos e rápidos. Como inovação é necessariamente reduzir riscos, estabelecer parcerias entre empresas e executar programas de inovação aberta é, com certeza, um melhor caminho para o sucesso do seu portfólio de inovação.
O Venturus é um Instituto de Ciência e Tecnologia localizado em Campinas – SP. Há mais de 25 anos, desenvolve projetos de inovação e tecnologia em Hardware e Software, utilizando Design como estratégia para redução de incertezas e compartilhando riscos com os clientes. Se você tem interesse em conhecer mais sobre como desenvolvemos produtos e serviços de sucesso para nossos clientes, entre em contato conosco, clique aqui.